segunda-feira, 30 de junho de 2014

Em tempos de Copa: Brasil, Líbano e a mídia em campo

O Fantástico deste domingo (29) apresentou uma reportagem sobre a situação da mulher no Líbano. E, sim, por lá existe violência contra a mulher, baseado em um machismo exacerbado, que oprime e coloca o ser feminino como inferior.

Em certos países árabes a situação da mulher é algo degradante mesmo, com casos de violência extrema que merecem a atenção mundial. Normalmente, estas situações são fundamentadas em questões culturais e religiosas.

Nascer mulher nestes lugares é penar até o fim. E aqui no Brasil? Ah, aqui é o país da liberdade, as mulheres são valorizadas e tratadas como... (Ops!) Tratadas como mercadoria! Ah, mas, esse era justamente o tema da tal matéria do Fantástico. Parece que temos algo errado nisso aí.

Curiosamente a matéria que precedeu a da violência contra mulheres no Líbano mostrou a “pegação” nas ruas do Rio e São Paulo. Muitos gringos - que vieram ao país por conta da Copa - encantados com as mulheres brasileiras. A imagem da mulher brasileira sempre foi vendida no exterior. Reparemos na palavra: vendida.

Recentemente o apresentador da  Globo, Luciano Huck, iniciou uma campanha incentivando brasileiras a conquistarem “os príncipes encantados gringos”. Isso não seria uma espécie de cafetinagem? Em tempos de governo tentando inibir o turismo sexual no país, uma concessão pública de televisão usa de sua prerrogativa para, deliberadamente, oferecer mulheres a estrangeiros.

Na reportagem sobre o Líbano, as brasileiras foram alertadas sobre casamentos com aqueles homens, mas na matéria seguinte parece que os gringos que vieram para Copa eram muito legais, pois, a ideia era “ensinar” os moços como “pegar” mulher brasileira.

Hipocrisia é o nome disso. Diariamente mulheres brasileiras são violentadas em seus direitos, apanham e são exploradas de diversas formas. Aqui, a mídia colabora para explorar os atributos físicos em campanhas (e reportagens) e no fim, tudo isso ajuda a levar para fora a imagem do Brasil como paraíso para o turismo sexual.